FOSFATASE ALCALINA (ALP)
- Liga Acadêmica de Análises Clínicas UFC
- 4 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de mai. de 2023
Informações ao paciente
Amostra
Soro ou plasma heparinizado, livre de hemólise.
Preparo pré-coleta
É necessário que o paciente esteja de jejum.
Interpretação básica com valores de referência
a. Homens: 43 a 115 U/L
b. Mulheres pré-menopausa: 33 a 98 U/L
O aumento da atividade sérica de ALP é utilizado na investigação de doença hepatobiliar e doença óssea associada à atividade aumentada dos osteoblastos.
Informações ao profissional de saúde
Técnicas utilizadas
Método cinético-colorimétrico, consiste na utilização de um substrato cromogênico (4-nitrofenil fosfato). É observada a taxa de formação de ânions 4-nitrofenóxido a 405 nm e o fosfato liberado é medido por espectrofotometria. Além disso, pode-se realizar a identificação das isoenzimas por eletroforese para diferenciar doenças ósseas e hepáticas.
Interferentes
a. Anticoagulantes como citrato, fluoreto, oxalato e EDTA que causam complexação com cátions como Mg2+ e Zn2+, cofatores necessários para a atividade da ALP, o que impede a determinação da enzima.
b. A temperatura é um interferente devido o aumento da ALP no soro mantido em temperatura elevada, logo, deve-se deixar a amostra em temperatura ambiente por 18 a 24h antes da realização do exame.
c. Hemólises acentuadas produzem resultados falsamente diminuídos
d. Triglicerídeos acima de 250 mg/dL produzem resultados falsamente elevados por interferência fotométrica.
Interpretação rebuscada
A atividade da ALP está presente na maioria dos órgãos do corpo, como nos ossos, fígado, mucosa do intestino delgado, nos túbulos proximais do rim e na placenta. A sua função metabólica está associada com o transporte de lipídios no intestino e na calcificação óssea. As medidas de ALP séricas são utilizadas para investigação da doença hepatobiliar e doença óssea.
O aumento do ALP sérico pode indicar obstrução hepatobiliar, podendo se elevar até 12x o URL (limite superior de referência). Esse aumento muito elevado também é visto em pacientes com câncer primário avançado do fígado. Em doenças hepáticas que afetam as células parenquimais - hepatite infecciosa - há um aumento moderado da atividade da ALP. Além disso, o aumento também pode ser consequência de uma reação à terapia com fármacos.
A doença de Paget, uma osteíte deformante, promove o aumento da ALP de 10 a 25x o URL. Na deficiência de vitamina D (osteomalácia e raquitismo) é observado o aumento de 2 a 4x o URL de ALP, devido a remodelação óssea. A suplementação com vitamina D pode aumentar a ALP devido ao estímulo dos osteoblastos. O hiperparatiroidismo primário e secundário estão associados ao aumento sérico da ALP óssea, esse aumento pode ser leve a moderado dependendo da extensão da doença.
O crescimento fisiológico do osso aumenta a ALP sérica, o que explica o aumento da atividade dessa enzima em crianças e em pessoas que estão se curando de fraturas ósseas.
Referências bibliográficas
BURTIS, CARL A. e BRUNS, DAVID E. TIETZ FUNDAMENTOS DE QUÍMICA CLÍNICA E DIAGNÓSTICO MOLECULAR. 7. ed. Rio de Janeiro: 2016.
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