MICROALBUMINÚRIA

Informações ao paciente

• Amostra

a. Urina

- Coleta de 24 horas;

- Coleta de urina aleatória: jato médio da primeira urina da manhã para a medição simultânea de albumina e de creatinina (Razão Albumina Creatinina - RAC).

• Preparo pré-coleta

a. Não é recomendado realizar a coleta durante o período menstrual.

b. Coleta em períodos longos (8h, 12h, 24h):

- Feitas em casa.

- Retirar o frasco de coleta no laboratório ou clínica.

- Ao acordar, esvazie a bexiga e despreze essa urina. Anote a hora.

- Durante as próximas 24h coloque toda a urina emitida durante o dia no frasco.

- Quando acabar o período de 24h, esvazie a bexiga e coloque essa urina no frasco. Anote a hora.

- Leve o frasco ao laboratório ou clínica.

- Exemplo: se a coleta iniciar às 8h da manhã, todas as urinas deverão ser coletadas até as 8h do dia seguinte. realizar a higiene da genitália com água e sabão, secar e desprezar o primeiro jato de urina.

- Em seguida, colher toda a urina emitida do frasco que foi fornecido pelo laboratório ou clínica por todo o período determinado.

- Anotar a hora de todas as coletas.

- Levar o frasco com toda a urina colhida para o laboratório ou clínica.

c. Coleta em períodos mais curtos (1 a 2 horas)

- Feitas no laboratório.

d. Amostra isolada

- Coletar, de preferência, a 1ª urina da manhã. Se não for possível, permanecer de 2 a 3h sem urinar antes de fazer a coleta.

- Realizar antissepsia rigorosa da genitália com água limpa e sabão neutro.

- Desprezar o 1º jato da urina e colher o jato médio no frasco fornecido pelo laboratório ou clínica, um pouco mais da metade, evitando encher o frasco.

- Levar o frasco ao laboratório ou clínica.

• Interpretação básica com valores de referência

Valores muito altos indicam uma nefropatia diabética evidente, sendo muito importante a detecção precoce para o rápido início do tratamento, permitindo a reversão do quadro de dano renal.

Informações ao profissional de saúde

• Técnicas utilizadas

Imunoturbidimetria.

• Interferentes

a. Horário do dia;

b. Jejum;

c. Quantidade de sal e proteínas ingeridas;

d. Volume e diluição da urina;

e. Aumentam a microalbuminúria: atividade física; insuficiência cardíaca; doença aguda acompanhada de febre; gestação; menstruação; hematúria; leucocitúria, e leucorréia;

f. Diminuem a microalbuminúria: medicamentos como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA).

• Interpretação rebuscada

A albumina é uma proteína sintetizada pelas células parenquemais hepáticas, sendo a proteína plasmática mais abundante desde a metade da gestação até a morte. É o principal constituinte para a pressão oncótica coloidal (COP) no espaço vascular, ajudando a reter o fluido no espaço vascular e evitando que ocupe os espaços extravasculares e produza edema. O exame de microalbuminúria mede a quantidade de albumina em amostra de urina, sendo um marcador de doença microvascular. Os principais fatores de risco para microalbuminúria são hipertensão, dislipidemia, tabagismo e hiperglicemia tanto em indivíduos diabéticos como em não diabéticos.

A presença de valores elevados de albumina urinária indicam um aumento da taxa de fuga transcapilar da albumina devido a lesão ou doença renal, sendo altamente preditivo de nefropatia diabética, doença renal terminal, mortalidade cardiovascular e mortalidade total em pacientes com diabetes.

O índice albumina-creatinina é utilizado para corrigir variações na taxa de fluxo da urina.

Referências bibliográficas

BURTIS, C. A.; BUNS, D.E. Tietz-Fundamentos de Química Clínica e Diagnóstico Molecular. 7ª.ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

FLEURY, Marcos Kneip. Manual de Coleta em Laboratório Clínico. 3. ed. [S. l.]: Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), 2019. Disponível em: https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf. Acesso em: 19 maio 2022.

LAB TESTS ONLINE. Urina de 24 horas. 2019. Disponível em: https://labtestsonline.org.br/glossary/urine-24. Acesso em: 19 maio 2022.

VIANA, Luciana Verçoza. Microalbuminúria: aspectos do diagnóstico, manejo e medida da concentração de albumina urinária como fator de risco para nefropatia, eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com diabetes melito. 2008. 43 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/14926. Acesso em: 19 maio 2022.